O Tempo de Icabô parte 3

12/07/2010 11:43

 

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O tempo de Icabô foi um tempo de derrota

1Sm 4:1-4 “Veio a palavra de Samuel a todo o Israel. Israel saiu à peleja contra os filisteus e se acampou junto a Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeca. Dispuseram-se os filisteus em ordem de batalha, para sair de encontro a Israel; e, travada a peleja, Israel foi derrotado pelos filisteus; e estes mataram, no campo aberto, cerca de quatro mil homens. Voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor, hoje, diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca da Aliança do Senhor, para que venha no meio de nós e nos livre das mãos de nossos inimigos. Mandou, pois, o povo trazer de Siló a arca do Senhor dos Exércitos, entronizado entre os querubins; os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca da Aliança de Deus.”

 

Deus muitas vezes permite a derrota do seu povo para mostrar que o seu compromisso é com a santidade e não com o homem.

Nossos projetos deixam de ser projetos de Deus quando não são firmados de acordo com a Palavra de Deus, e se não são de Deus, Deus não se compromete com eles.

Por vezes temos todos os meios e instrumentos disponíveis para vencermos, então nos enchemos de autoconfiança e passamos a agir baseado em nossos próprios desejos, esquecendo de confiar em Deus e submeter nossos intentos à sua vontade.

Este foi o caso da geração pós-diluviana, quando intentou construir uma torre em honra ao homem, e deliberadamente decidiram desobedecer à ordem de Deus de se espalharem sobre a Terra. Então Deus olhou para o homem e disse: o povo é um só, e falam a mesma língua e tudo que intentarem fazer não lhes será impossível (cf Gn 11.1-9). Eu chamo isso de fórmula do sucesso para um povo ou comunidade: unidade de propósito (todos queriam construir a torre) + entendimento mútuo (falavam a mesma língua) + consentimento divino (obediência à vontade de Deus) = vitória! Porém lhes faltou o último e mais importante ingrediente desta fórmula: a obediência a Deus, então o próprio Deus frustrou seus intentos.

Se quisermos ser vitoriosos como Igreja, em nossos esforços de evangelismo e expansão do Reino de Deus, precisamos buscar o objetivo certo e o entendimento entre o povo de Deus. Precisamos nos unir, ao menos nos pontos em que concordamos!

 

1 Sm 4.5-11: “Sucedeu que, vindo a arca da Aliança do Senhor ao arraial, rompeu todo o Israel em grandes brados, e ressoou a terra. Ouvindo os filisteus a voz do júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então, souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. E se atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! Que tal jamais sucedeu antes. Ai de nós! Quem nos livrará das mãos destes grandiosos deuses? São os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto. Sede fortes, ó filisteus! Portai-vos varonilmente, para que não venhais a ser escravos dos hebreus, como eles serviram a vós outros! Portai-vos varonilmente e pelejai! Então, pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta mil homens de pé. Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.

 

Ao ser derrotado no campo de batalha o povo, ao invés de buscar o arrependimento, pensou que se levassem a arca para a batalha venceriam seus adversários. Quando a arca entrou no arraial houve um alvoroço, gritos de júbilo que estremeceu a terra. O júbilo foi tão intenso que os filisteus ouviram e ficaram apavorados!

Entretanto depois que a arca foi levada para a batalha foram mortos trinta mil homens de Israel, na batalha anterior foram quatro mil, e a arca da Aliança foi levada pelos filisteus.

Mas porque Deus permitiu tal coisa? O que era feito do Deus de Israel que, segundo os próprios filisteus disseram, feriu aos egípcios?

Tal como Israel, muitas igrejas fazem barulho demais, propaganda enganosa, chegam até assustar o inimigo, dando pinta de que vão estremecer o inferno, dizem estar cheios de fogo, de unção! Mas os resultados são decepcionantes. Isto porque queremos a glória sem um caráter santo. Desta forma ao invés de vencermos seremos frustrados e envergonhados. Watchman Nee expressou muito bem esse conceito em uma de suas mensagens cujo tema é: O Testemunho de Deus em relação à igreja:

 

“Quando os filhos de Deus apartam-se dele, quando há um coração dividido ou em algum lugar, um deus estranho, então Deus entrega seu povo à derrota e os inimigos continuamente os atacam. Nessa hora eles pensam que Deus por causa de sua própria glória deve livrá-los, mas Deus está mais interessado em vindicar a sua santidade do que preservar a sua glória diante dos homens. Quando um servo de Deus falha gravemente, queremos o problema encoberto e oramos neste sentido, esperando que Deus por sua glória, livre seu servo de cair em derrota pública, ainda que haja derrota oculta.

Mas a maneira de Deus é exatamente oposta. Ele permitirá Seu povo ser derrotado aos olhos do mundo, para mostrar que Ele nada tem a ver com a impureza. Sua glória está sempre associada com a santidade e Ele nunca encobrirá a impureza. Sua glória será melhor preservada pela derrota de seu povo do que por sua vitória em uma situação de impureza.” [1]

 

Icabô foi um tempo de morte

1 Sm 4:10,11,16-21: Então, pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta mil homens de pé. Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.

Disse o homem a Eli: Eu sou o que saí das fileiras e delas fugi hoje mesmo. Perguntou-lhe Eli: Que sucedeu, meu filho?Então, respondeu o que trazia as novas e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, houve grande morticínio entre o povo, e também os teus dois filhos, Hofni e Finéias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. Ao fazer ele menção da arca de Deus, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porque era já homem velho e pesado; e havia ele julgado a Israel quarenta anos.

A nora de Eli, a mulher de Finéias, estava grávida e já quase na época de ter a criança. Quando ela soube que a arca de Deus havia sido tomada e que o seu sogro e o seu marido tinham morrido, começou a ter as dores de parto e deu à luz. Ela estava morrendo, mas as mulheres que a ajudavam disseram:

– Tenha coragem! Você ganhou um filho.

Ela não se interessou e não respondeu. Mas deu ao menino o nome de Icabô, explicando: A glória saiu de Israel. Disse isso, falando da tomada da arca de Deus e da morte do seu sogro e do seu marido. Ela disse:

– A glória saiu de Israel, pois a arca de Deus foi tomada pelos nossos inimigos.

 

O morticínio para Israel nos dias de Icabô foi sem precedentes: 4 mil mortos numa primeira batalha contra os filisteus, posteriormente com a insistência de Israel no erro foram trinta mil homens Entretanto a morte no campo de batalha foi, tão somente a materialização da pior de todas as mortes, a morte espiritual! O povo estava separado do seu Deus, a glória foi roubada, neste cenário, a morte física foi apenas um desfecho do declínio espiritual do povo até a definitiva separação do seu Deus. E, como num golpe de misericórdia morre o sacerdote Eli como confirmação definitiva da morte espiritual de Israel, não havia mais a glória de Deus, morreu aquele que era o itermediário entre Deus e o povo!

A época em que eu nasci, ao contrário de Icabô, foi uma época de avivamento, em que o evangelho crescia, almas eram salvas às centenas. Lembro-me de batismos onde centenas de pessoas desciam as águas - e não era batismo coletivo como algumas denominações fazem hoje, isto é, várias igrejas batizando juntas, mas de uma igreja local. Ouvi meu pai contando a respeito da igreja de São Borja, na época em que eu nasci, em 1980, e de como era necessário requisitar auxílio da polícia para interditar a rua da igreja, pois a multidão era maior fora do que dentro do templo. Lembro-me do avivamento da década de 90, do movimento da nova unção, e do movimento gospel que modernizou a música evangélica. De lá pra cá deixamos de ser 5% da população brasileira para alcançarmos os atuais 30%.

Contudo, oro para que o que a geração do meu pai conquistou com oração e sacrifício, e que nos foi legado, não seja perdido e transformado em histórias que contaremos para nossos filhos e netos sem, no entanto, serem experimentadas por eles. Que nossos dias sejam dias em que a glória do Senhor resplandeça e que a próxima geração não seja uma “geração de Icabô”.

Nossa oração deve ser de arrependimento e quebrantamento como a de Davi:

 

Ó Deus, cria em mim um coração puro

e dá-me uma vontade nova e firme!

Não me expulses da tua presença,

nem tires de mim

o teu santo Espírito.

Dá-me novamente a alegria

da tua salvação

e conserva em mim o desejo

de ser obediente.

Então ensinarei aos desobedientes

as tuas leis,

e eles voltarão a ti. (Salmos 51.10-13).



[1] NEE, Watchmam. Doze Cestos Cheios. Ed. Árvore da Vida. 2ª ed. São Paulo, novembro/91.

 

Tópico: O Tempo de Icabô parte 3

Data: 28/02/2017

De: Roberto

Assunto: O nome do filho de Icábô e a referência

Gostaria de saber aonde está o nome do filho de Icábô e a referência.

Data: 17/11/2011

De: Helio

Assunto: arca

eu tenho desejo de saber quando a arca foi retirada de israel,porque ela não foi roubada pelos babilonios

Data: 12/12/2012

De: daniel fernandes

Assunto: Re:arca

segundo os hestoriadores,quando jeremias descobri que o exercito de nabucodonozor vem subindo para jeruzalem ele toma consigo os sacerdotes e a arca e levam ao monte nebo,mesmo monte que moises morreu,e la ele esconde,para que ninguem a pegue.alguns acreditam que ela esta enterrada debaixo da mesquita de al-aqsa em jerusalem,mas fico com a primeira epodise pois esta registrado em um livro apocrifo de 2 macabeus cap 6 vs 4 ao 10.espero ter ajudado,a paz seja convosco.

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